Lilian Garcia de Paula Cintra

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São Paulo, São Paulo, Brazil
Lilian Garcia de Paula Cintra CRP 06/77515 Psicóloga mestre formada pela Universidade Mackenzie com mestrado em psicologia clínica pela PUC -SP. Aprimoramento pela Fundap - Cratod em Dependências e Saúde Mental e Pós graduação em Abordagem Junguiana pela PUC SP. Clínica localizada em Perdizes/ Barra Funda prox ao metrô Barra Funda - adultos, adolescentes, idosos e casais. Psicóloga com experiência em situações de crise, abrigamentos e coordenação de equipe. site: https://www.psicologiabarrafunda.com/ (11) 99964-8509 / 2366-6249

domingo, 6 de maio de 2018

DEUSA PERSÉFONE: ETERNA FILHA, RAINHA DO MUNDO OCULTO
“Sinto como se não estivesse no meu corpo”, “acordo com uma tristeza que não sei o motivo”, “sinto vontade de voltar pra casa, mesmo em casa”, “sinto que vivencio sentimentos que mais ninguém sente”, “não quero ser dependente de ninguém, mas no meu íntimo, é o que acabo buscando”, “consigo escrever com facilidade sobre sentimentos e aflições humanas”, “meu mundo interno é imensamente intenso”, “desconhecidos costumam se abrir comigo, mesmo que eu não queira”, “a espiritualidade me completa”. Todas essas questões embasam a experiência de ser uma mulher-Perséfone, com todas as dores – e são muitas – e as vivências profundas que só a Perséfone propicia.

Vamos ao mito, então: Perséfone nasce Coré, filha de Deméter, deusa mãe. Mesmo adulta, é ingênua, infantil, até. Vive com a mãe, é dependente dela, não tem uma vida construída por si mesma. Até um dia que Hades, deus dos ínferos, encantado por sua beleza, cria uma armadilha para capturar Coré e casar-se com ela. A partir de então, Coré torna-se Perséfone, rainha do mundo dos ínferos, dos mortos. Sua mãe se revolta contra seu sumiço e pune o mundo por isso, até que sua filha volte. Nesse momento, Zeus decide interferir e pede que seu irmão, Hades, encontre uma saída. Perséfone passa, então e viver meio ano com seu marido, no mundo oculto, e meio ano com a mãe.
Viver metade do tempo no mundo oculto representa realmente o que ocorre com a mulher-Perséfone, ela vive intensamente no mundo interno, no mundo oculto, no inconsciente. As vivências internas que ela tem são tão intensas que chegam a trazer uma sensação física, às vezes, ou seja, a mulher pode descrever como “senti o toque”, “o frio”, “o tapa”. Podem acordar de um sonho, por exemplo, tendo a certeza de que algo realmente aconteceu.
Essa ligação real e extrema com o mundo não visível traz também, a sensação de que podem se perder em si mesmas, que falta controle sobre seus sentimentos, suas ações. O medo de surtar é algo muito frequente entre mulheres- Perséfone. Quando conseguem equilibrar esse medo, as sensações que as invadem, filtrar, colocar os pés mais bem plantados no mundo real, essa grande imersão no mundo inconsciente faz com que as mulheres-Perséfone entendam, como ninguém, as vivências humanas. Podem tornar-se verdadeiros guias de almas.
Ajudar outras pessoas a passar por essas vivências internas é algo que faz muito sentido para as mulheres-Perséfone. Assim, podem escolher profissões em que o ajudar as pessoas esteja presente como psicóloga, enfermeira, professora, escritora. Escrever, a propósito, é muito prazeroso e, até necessário, para uma mulher-Perséfone, é uma forma de se organizar internamente.
Entender essas características permite que possamos reconhecer nas mulheres com quem convivemos essa forma de ser, além de entender o quanto essa deusa está presente ou ausente em nossas vidas, para podermos equilibrar da melhor forma nossa vivência no mundo. Claramente, Perséfone é essencial para nossa profundidade humana.

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